Wednesday, August 24, 2005

O mau da fita?!


Em resposta a IC, que saúdo por aparecer, felicito pelo seu blogue e espero que apareça mais vezes, volto a falar do teste de avaliação. Reconheço que quando o comparei com o portefólio tracei dele o quadro mais negro possível. Há aqui uma ponta de irritação com a tradicional hegemonia deste sacrossanto instrumento que tenho dificuldade em disfarçar. Salvaguardando a ponta de exagero, faço-o também porque esse quadro não anda muito longe do modo como ele é encarado e utilizado por muitos dos nossos colegas.
É claro que nenhum instrumento de avaliação tem, só por si, qualquer valor intrínseco. É o quadro conceptual em que se enquadra que lhe confere legitimidade e razão de ser. Tal como podemos estar a desenvolver portefólios nas nossas aulas sem estarmos a ser “inovadores”, se continuarmos a ter uma visão “tradicional” do ensino e da aprendizagem, também podemos utilizar o teste de avaliação de modo construtivista e apelando continuamente à metacognição. O trabalho no pós-teste de que fala, assim como o pré-teste e até o teste em duas fases permitem operar essa mudança.
Portanto, o teste não é por força o ”mau da fita”. Pode ter um papel importante a desempenhar no nosso ensino, e se articulado com outros instrumentos de avaliação (como o portefólio!), tanto melhor. O segredo está na diversidade.

1 comment:

IC said...

Obrigada pelas palavras e pela atenção ao comentário que deixei sobre os testes de avaliação.
Quanto a "Há aqui uma ponta de irritação com a tradicional hegemonia deste sacrossanto instrumento"... bem, com a TRADICIONAL HEGEMONIA desse sacrossanto instrumento, eu não tenho só uma ponta de irritação, às vezes tenho a irritação toda, de ponta a ponta ;)